Sandra Barboza Costa

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O que acontece com a resposta à dor durante a hipnose?​​

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Uma investigação usando equipamentos de ressonância magnética em pacientes sob hipnose, publicada na segunda edição de 2007 da revista Psychotherapy and Psychosomatics,

revela alguns mecanismos neurobiológicos da resposta à dor. 

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A despersonalização (DP) é caracterizada por episódios persistentes e recorrentes de indiferença quanto a si mesmo,  com reduzida percepção da dor sendo uma característica comum. 

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Alterações no esquema corporal similares a síndrome de desconexão córtico-límbica da assimbolia da dor são mencionadas como responsáveis pela DP.

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Neste estudo os autores usaram a hipnose para induzir DP em indivíduos saudáveis e examinar padrões neurais da percepção da dor no estado de DP através de ressonância nuclear magnética funcional. A percepção da dor foi investigada em 7 indivíduos saudáveis com alta suscetibilidade à hipnose em três estados mentais diferentes: estado de vigília (N-W), relaxamento hipnótico (H-R) e DP hipnótica (H-DP). Dor foi induzida com estimulação elétrica no nervo mediano do pulso direito. Medições com ressonância nuclear magnética funcional foram realizadas durante todos os estados. Estímulos nociceptivos levaram a uma ativação da bem descrita rede da dor, incluindo as regiões somatosensoriais e insular, além do cerebelo.

A ativação foi acentuadamente reduzida no córtex somatosensorial contralateral, córtex parietal (área de Brodmann 40, BA40), córtex pré-frontal (BA9), putâmen e a amígdala ipsilateral durante H-DP. Indivíduos também relataram uma diminuição significativa na intensidade da dor de N-W para H-DP. A resposta à dor durante H-DP foi reduzida nas áreas sensoriais e relacionadas a dor afetiva, refletindo a intensidade reduzida da dor percebida. Além disso, uma rede de áreas corticais e subcorticais que estão envolvidas na percepção do próprio corpo responderam menos durante DP, o que pode apontar para um mecanismo neural específico que serve de base às experiências "fora do corpo".

Apesar de que o número reduzido de indivíduos não permita uma generalização das descobertas, H-DP parece ser uma ferramenta promissora para a investigação dos mecanismos psicológicos e biológicos de ferimentos auto-infligidos, bem como do intercâmbio mente-corpo dentro da esfera de desordens psicossomáticas.